Resumo:
Esse artigo tem por objetivo examinar (1) até que ponto as bolsas de valores interferem substancialmente na governança corporativa; (2) se o aumento da competição entre as bolsas de valores decorrente de avanços tecnológicos, globalização e desmutualização prejudicará a sua capacidade de interferir na governança corporativa; e (3) qual é a melhor solução para superação dos efeitos do aumento da concorrência entre as bolsas de valores. A fim de enfrentar essas questões, esse artigo se divide em três partes. Parte I descreve como as bolsas de valores têm influenciado a governança corporativa ao longo dos anos. Parte II identifica a existência do aumento da concorrência internacional entre as bolsas de valores e aborda se e como isso afeta o papel que as bolsas de valores vinham desempenhando na governança corporativa. Parte II.A apresenta a teoria da “corrida em direção ao topo”. Parte II.B expõe a teoria da “corrida em direção ao fundo”. Parte II.C expõe a nossa opinião de que a intensificada competição entre as bolsas de valores não produzirá uma corrida em direção ao topo nem uma corrida em direção ao fundo, mas sim levará ao meio termo. Devido às diferentes preferências de investidores e companhias emissoras, há um equilíbrio entre o endurecimento e o enfraquecimento do nível de governança corporativa. Portanto, para superar os efeitos da intensificação da concorrência, dois diferentes caminhos poderão ser seguidos pelas bolsasde valores: encontrar o equilíbrio ideal no que se refere ao nível de governança corporativa ou desenvolver listagens de diferentes níveis de governança corporativa para atrair companhias com diferentes perfis. Sustentamos que a segunda proposta é a mais adequada. Por fim, Parte III apresenta a nossa conclusão.